Teatro é terapia pós-trabalho para grupo de funcionários da Câmara do Porto
JN (7 de novembro, 2023)
Foto: Pedro Granadeiro / Global Imagens
"Durante o dia na Câmara, à noite aqui a fazer teatro". É assim que "a Colmeia", um grupo de profissionais da Câmara do Porto, foge à rotina do trabalho e, desde 2017, formam laços a partir de um palco. Esta quarta-feira apresentam a peça "Aventuras e Desventuras de Camilo e Zé do Telhado", com entrada livre.
Gabriela Marques trabalha na Divisão Municipal de Fontes de Financiamento da Câmara do Porto. Não se lembra desde quando tem "o bichinho" pelo teatro. Mas assume que foi este que a fez arriscar e aceitar o convite para participar numa formação desenvolvida pelo Centro Cultural e Desportivo dos Trabalhadores da Câmara do Porto (CCD), em 2017.
Seis anos após ter começado, e já com algumas peças apresentadas, Gabriela afirma que o teatro tem sido "uma terapia": "Somos um grupo de amigos que se junta após um dia de trabalho para nos divertirmos. E isto ajudou mesmo em termos profissionais e contribui para o nosso bem-estar".
Depois de um ano e meio em ensaios, o grupo apresenta esta quarta-feira, dia 8, as "Aventuras e Desventuras de Camilo e Zé do Telhado", no auditório Arnaldo Trindade, na sede do CCD. A estreia que acontece pelas 18:30 horas baseia-se no romance de "Amor de Perdição", voltando-se para o guarda-costas de Camilo. "São histórias verdadeiras protagonizadas por pessoas verdadeiras", sublinhou Gouveia Santos, presidente da instituição.
"O Zé do Telhado vai ser, na verdade, uma Zeza do Telhado", brincou Gabriela Marques, que vai vestir a pele do personagem. "É uma forma de eu pôr em prática aquilo em que eu acredito", explica a mulher, referindo-se à sua personagem que é "uma figura marcante por defender e ajudar os mais necessitados, apesar de ser um salteador".
O espetáculo vai estrear no Porto, mas vai chegar a mais pontos do país, como Fafe, Vila Real, Paredes ou Famalicão. Todos relacionados com o amor proibido do Amor de Perdição. O grupo tem o objetivo também que, nos meados do próximo ano, possa encerrar a apresentação da peça na cadeia da Relação, o "grande palco da trama", disse Gouveia Santos.
Em diferença das demais peças de teatro, os colaboradores municipais vão protagonizar o papel, mas não o género das personagens. Entre 12 pessoas, apenas dois são homens. "Mulheres atrizes que assumem ser como são, ao fazer papéis de homens". Além do "respeito pelo género", os atores, à exceção de Gabriela, vão ter várias personagens.
Com encenação o mais simples possível e poupada a meios, e até com música original de um duo com um estúdio de ensaios no Centro Comercial Stop, no Porto, Gabriela Marques salienta: "É um espectáculo amador em tudo, mas muito emocionante e que vai valer a pena".